Um dia, eu passeava por um parque, quando vi uma senhora sentada
no banco, pensando na vida e dando comida aos pássaros.
Achei aquela senhora muito simpática, mas passei e fui
embora.
No outro dia eu estava novamente passando por lá, no mesmo
horário, e aquela senhora sentada no mesmo lugar, dando comida aos pássaros.
Foram passando os dias e a senhora lá; um dia, passando pelo
parque, a senhora que eu via todos os dias não estava lá, mas sim uma menina de
uns 15 ou 16 anos.
Perguntei a ela se a ela conhecia a senhora e ela me disse
que sim, que era sua avó, novamente perguntei se a senhora iria voltar, ela me
disse que não, pois a senhora era cega e não tinha mais quem a trouxesse.
Espantei-me, Eu nem imaginava que era cega aquela senhora a
quem eu via com tanta alegria dando comida aos pássaros e conversando com eles
e tudo mais??
Foi aí que a menina me disse que todos os dias quando a
senhora chegava em casa, contava que sentia um rapaz que a ficava olhando dar
comida aos pássaros; ela não sabia como ele era, mas todos os dias passava por
lá, e usava um perfume suave. A menina deduziu que eu era o rapaz, e tinha
razão: eu ficava lá, olhando à senhora dar comida aos pássaros, e depois disso
comecei a buscá-la todos os dias em sua casa e a levava mais tarde embora.
Como eu iria imaginar que a senhora que me deixava feliz
todos os dias por vê-la tão alegre dando comida, falando e rindo com os
pássaros, como eu iria imaginar que eu ficaria com ela e fazendo as mesmas
coisas e rindo entre nos como se fossemos amigos antigos??
Até que um dia a pobre velhinha morreu; eu fique super
desapontado com isso, fiquei com saudades, eu passava pelo parque e ela não
estava lá; eu resolvi parar de dar comida aos pássaros.
Ate que eu pensei bem, e decidi uma coisa: eu vou lá, dar
comida, rir sozinho e tudo mais com se ela estivesse lá ainda, sentada comigo
rindo e conversando.
Rafael Monteiro dos Santos
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