sábado, 21 de fevereiro de 2015

A Barata


Estava sentado na sala quando uma barata saiu de trás da porta. Pensei em matá-la, mas, resolvi ver o que ela faria.
Ela foi caminhando tranquilamente ate a cozinha, parou, olhou (pelo menos, eu acho!) para os lados e continuou seu passeio. Andou, andou e andou ate que voltou para trás com algum alimento preso entre as antenas e foi para trás da porta.
Eu, particularmente, achei aquilo muito engraçado, mais como ela já tinha ido, eu deixei.
No outro dia, na mesma hora, eu estava na sala, vendo televisão, quando a bendita barata sai de trás da porta, faz o mesmo trajeto ate a cozinha: olha pra os lados e passando algum tempo, ela volta novamente com um alimento e se esconde atrás da porta (seu esconderijo, presumo).
Eu, já animado com aquilo, chamei platéia.
Alguns amigos foram, assistiram à cena, comentaram e se foram.
Durante uma semana a barata seguiu a mesma rotina.
Ate que um certo dia, ela não veio, e eu achei estranho : já esperava por ela ! Mais alguns dias, e nada.
Aí, fui saber a minha mãe havia pisado nela, sem ver, quando ia pra cozinha.
Mais uma coisa eu sei, nunca esquecerei aquela baratinha que andava e me fazia rir. Eu delirava imaginando o que estaria pensando quando cruzava a cozinha e voltava com um alimento, e sempre queria segui-la, mais tinha medo dela se sentir ameaçada e fugir.
Quando minha mãe à matou, eu fiquei imaginando se ela não teria filhos, ou se ela seria a filha com uma mãe ou pai ou irmãos doentes precisando comer; me senti culpado por isso, por não ter avisado a minha mãe da pequena baratinha, mais agora fica a dúvida: Eu levo ou não comida atrás da porta?

Rafael Monteiro dos Santos


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